Desde o início da luta contra o golpe de Estado, ou seja, desde as condenações e prisões decorrentes do processo do Mensalão, a luta contra os golpistas e contra a direita em grande medida foi uma luta contra o Judiciário e suas decisões arbitrárias.
O Poder Judiciário foi um instrumento essencial para que a direita impusesse sua vontade, para que os interesses dos golpistas fossem legitimados por algumas instituições do regime, especialmente os juízes e ministros.
Não por acaso, o Judiciário foi o responsável pelo impeachment, ao ratificar a decisão de um Congresso Nacional dominado por golpistas, e, por outro lado, é o Judiciário que mantém presa a principal liderança popular do Brasil, capaz de colocar em marcha uma luta contra o golpe e suas medidas, Lula.
Como não poderia deixar de ser diferente, é o Poder Judiciário (eleitoral) que controlou todo o processo das eleições de 2018, da urna, juízes, aos ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) todos estavam mancomunados a favor da direita, no que resultou em uma das eleições mais farsescas de todos os tempos, com a direita avançando quando, na realidade, não possui apoio popular.
Não esquecer de todos os presos da operação golpista Lava Jato, nem esquecer que as vendas do patrimônio nacional foram todas abençoadas pelo Judiciário, que deve receber algum benefício para tamanho serviço prestado ao golpismo.
Nem todo poder emana do povo. O Judiciário não é eleito, não presta contas a ninguém, atua de maneira arbitrária. E como não precisa de voto, é o poder mais incontrolável que existe, o mais corruptível, em último caso.
A luta contra o golpe coloca em marcha um programa democrático de luta contra o Poder Judiciário. Por exemplo, desobedecer decisões injustas da Justiça é um direito elementar. Nestas condições a luta pela liberdade de Lula, pela derrota do golpe e contra as “reformas” golpistas não podem ficar subordinadas aos ditames da justiça golpista.