Uma declaração recente de Ciro Gomes à imprensa burguesa escancarou que ele quer “virar a página do golpe”. Segundo ele, o seu governo seria de “centro-esquerda” porque combinados partidos como o PC do B e o PSB e o DEM e o PP. Ou seja, para Ciro Gomes, o DEM não é o partido da ditadura militar e que comporta setores pró-imperialistas e da extrema-direita, mas sim um aliado.
Alguém ainda poderia argumentar que a aproximação com o DEM e o PP poderia indicar que há setores “progressistas” nesses partidos. No entanto, as pessoas desses partidos com quem Ciro mais tem conversado são justamente ACM Neto e Benjamin Steinbruch.
Após dar essa declaração que escancarou seu caráter golpista, Ciro Gomes nunca a desmentiu, ao contrário do que vem dizendo setores da esquerda abutre. Afinal, não teria porque desmentir: esse é e sempre foi seu plano: entregar o Brasil e a luta contra o golpe de bandeja para os Estados Unidos.
Como Ciro chegou até aqui?
A prisão de Lula, tão aguardada pela direita golpista, abriu o caminho para que uma setores abutres da esquerda nacional e da burguesia fizessem mil manobras para tentar descartar de vez a candidatura do ex-presidente. No entanto, a operação fraudulenta da burguesia não resolveu a crise eleitoral do regime golpista: Lula continua liderando disparado em todas as pesquisas e direita não tem nenhum candidato que apresente qualquer chance de vencer as eleições.
A aposta da burguesia para tentar vencer as eleições sem realizar uma fraude muito descarada – como o cancelamento das eleições – é a candidatura de Ciro Gomes. Considerado pela imprensa burguesa como um candidato de “centro-esquerda”, Gomes voltou a ter uma vida pública bastante ativa durante e após o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Ciro Gomes, embora tenha feito vários discursos contra o impeachment, jamais lutou contra o golpe. Essencialmente um político carreiristas sem nenhum vínculo com o movimento operário, Ciro limitou sua “luta” a algumas entrevistas.
A letargia de Ciro Gomes durante o movimento de luta contra o golpe, no entanto, já era mais do que esperada. Afinal, Ciro Gomes não é e nunca foi alguém de esquerda, mas sim um ex-membro do partido da ditadura militar, fundador do PSDB e afiliado político do representante da Coca-Cola no Nordeste. Suas falas contra o golpe, assim, foi apenas uma forma de promover sua imagem perante um movimento altamente popular.
A máscara de Ciro Gomes já caiu há bastante tempo. Desde que seu nome foi colocado em evidência por causa de sua candidatura à presidência da República, uma série de informações e declarações do próprio Ciro ajudaram a esclarecer que ele não é um candidato anti-golpe, mas sim um candidato submisso aos golpistas e adversário do ex-presidente Lula.