Quando nos confrontamos com a incômoda pergunta de quem exerce o poder de fato no Brasil do golpe, uma resposta é descartada previamente: Michel Temer. O presidente golpista, que semanalmente gasta as escassas finanças estatais em propaganda para defender o indefensável, tem de fato o mesmo controle que um galho de árvore sobre os rumos da correnteza.
Por outro lado, as forças amadas já não se esforçam minimamente para esconder que controlam com rédeas curtas os rumos da nação. Conforme a situação econômica se agrava e as massas começam a se revoltar, o manto repressor dos homens de farda atua para abafar o clamor popular, seja pela ameaçadora exibição de armas ou pela agressão direta aos revoltosos.
O STF também já votou sob pressão das baionetas e, como tudo o que se processa no subsolo acaba por brotar na superfície, o twitter registrou a ameaça de um general boquirroto que muito provavelmente definiu o voto da ministra Rosa Weber contrário ao ex-presidente Lula. Lula foi preso em consequência disso. O exército controla quem disputa as eleições, para dizermos que controla as eleições em si basta ligar os pontos.
Na ponta, setores direitistas do judiciário, da polícia e do mistério público atuam para empreender uma perseguição sem trégua à toda esquerda, aos sindicatos, aos movimentos sociais e a todos os sujeitos incômodos ao novo regime, limpando o terreno para o teatro da democracia estéril na qual muitos ainda teimam em acreditar.