Durante todo o período do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, Guilhermes Boulos, hoje pré-candidato a presidência pelo Psol, foi o líder da esquerda que era a favor do golpe. Esse é um problema que precisa ser denunciado, esclarecer o golpe que os impostores políticos querem dar na praça, a fraude política que querem levar a frente. Isso ainda sem contar que a candidatura de Boulos pelo Psol foi negociada por Paula Lavigne e Marcelo Freixo, personagens ligadas a Rede Globo. Ao mesmo tempo em que o PSTU discursava, falando que tinham mesmo que derrubar Dilma, derrubando a si mesmo com todo o falatório, Boulos pouco falava e agia bastante.
Boulos foi líder do movimento “Não vai ter Copa”, mas o que foi esse movimento? Um movimento da direita golpista contra a Copa do Mundo para que o PT não pudesse usar o resultado da Copa, ou mesmo o trunfo da realização do evento no Brasil, nas eleições presidenciais de 2014. A Copa foi em junho de 2014 e se a seleção brasileira tivesse ganhado a competição, que tivesse sido um sucesso, sem dúvidas o resultado bom teria favorecido o PT.
A burguesia não podia permitir que tal coisa se realizasse. Já no primeiro jogo os golpistas foram ao estádio e comandados pelo cafajeste da Globo ofenderam a presidenta Dilma com dezenas de palavrões e palavras de baixíssimo calão. Estavam enfurecidos com o golpe de mestre de Lula em conseguir a realização do evento mundial no País justamente em ano eleitoral. Daí surge toda aquela campanha contra a Copa até o ponto em que setores da esquerda também aderiram.
O que era uma campanha absurda. São coisas diferentes combater determinados aspectos de como o evento está sendo organizado e outra é se levantar de conjunto, como fizeram. O PCO, por exemplo, não participou desse movimento e dizia que era um movimento golpista. Nesse meio, quem era o líder? Guilherme Boulos. Foi ai quando ele foi projetado como grande líder das massas, sendo líder de um movimento direitista.
Os fatos não mentem. Além do histórico de Boulos como líder deste movimento, outra questão que deve ser lembrada é que o cidadão foi colunista do jornal golpista Folha de S. Paulo, um jornal que apoiou com todas as suas forças o golpe de Estado no Brasil. Quando a presidenta foi colocada definitivamente para fora do Planalto, Boulos foi também dispensado do jornal. A dúvida que fica é: O que Boulos escrevia em suas colunas neste jornal? Deixava uma frase ou outra dizendo que era contra o impeachment, mas levando uma campanha geral de que ele era mais contra o ajuste fiscal do governo petista. Isto é, levando a campanha golpista de esquerda, usando o mote do ajuste fiscal como todos que não queriam se coloca ao lado do governo contra o golpe.
A política é uma coisa concreta, o golpe era e ainda é a questão central, não o ajuste fiscal. Se o golpe se concretizasse, como efetivamente ocorreu, o ajuste de Dilma não seria absolutamente nada. Logicamente que o argumento, à época, era bom pois ninguém de esquerda iria defender um ajuste fiscal. Mas o que ocorreu após Michel Temer assumir foi muito pior, congelando gastos públicos por vinte anos. Quer dizer, o ajuste de Dilma não era nada, uma bobagem, que inclusive nem chegou a dar certo.
Mas toda esquerda golpista se alinhou nessa política para se opor a luta contra o golpe. A luta contra o ajuste e Boulos estava nessa linha de frente, mesmo falando contra o impeachment. Por outro lado, quando a luta contra o golpe começou a deslanchar, ao invés do cidadão entrar na frente comum, ele criou uma frente própria, dividindo o movimento.
Isto é, o serviço prestado por Guilherme Boulos ao golpe foi muito maior que as organizações de esquerda que falavam a favor do golpe, mas não fizeram nada, como o PSTU, correntes do Psol, mas não mobilizavam ninguém. Boulos pelo contrário, mobilizou pessoas falando que eram contra o golpe, mas levava a frente uma política a favor do golpe.