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Para entender melhor: saiba por que o dia dos trabalhadores é no 1º de maio

O dia 1º de maio, justamente por ser um dia fundamental para a história de lutas de toda a classe operária internacional, é desses assuntos envoltos por uma densa neblina, que dificulta o seu entendimento. Essa dificuldade é decorrente da campanha da burguesia, que através de toda a sua poderosa rede de propaganda e dominação política procura apresentar o Primeiro de Maio de uma forma açucarada, profundamente despolitizada.

Um bom protótipo que ilustra bem esse modus operandi pode ser visto neste sítio. Um texto que segue bem a cartilha dos livros de história tradicionais: apresenta uma série de fatos históricos, em certa medida corretos, e coloca-os em sequência, sem explicar nem de onde se veio ou muito menos para onde se vai. Não sabemos em que etapa histórica se encontravam os trabalhadores norte-americanos, ou mesmo o motivo de tantos operários estarem em greve, uma vez que sequer somos informados sobre qual seria a jornada de trabalho diária típica nos EUA dessa época.

É evidente que uma narrativa como essa arrancaria bocejos no mais entusiasmado fã de história em uma sala de aula. Como contraponto, procuraremos explicar nesta matéria um pouco mais sobre este dia histórico na luta da classe operária mundial. Recomendamos deste já este vídeo de homenagens da Causa Operária TV.

O fatídico dia 1 de Maio de 1886 foi um dia de greves gigantescas nas principais cidades industriais dos Estados Unidos na época, como por exemplo Nova Iorque, Chicago, Cincinnati e Detroit.  Na época, o sistema de produção dominante no sul do país ainda era a escravidão na prática dos negros, enquanto que as cidades industriais concentravam-se no norte do país, como é o caso das cidades listadas acima. Nesta década, os EUA atravessaram uma crise de superprodução, a típica crise capitalista, que levou centenas de milhares de pessoas para o desemprego. As condições de trabalho eram altamente degradantes, com jornadas de trabalho de até 15 horas, incluindo aí os finais de semana e feriados, e que empregava também mulheres e crianças em uma grande proporção.

Diante de uma crise crescente, uma série de mobilizações e greves começaram a se desenvolver, tendo como eixo central a redução da jornada de trabalho para 8 horas. As maiores organizações da classe operária já possuíam neste momento um órgão de imprensa independente. Era o caso dos gráficos, carpinteiros e mineiros, por exemplo.

No dia 1 de Maio de 1886 centenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Chicago, nos EUA. Embora tenha começado de forma pacífica, a polícia como de costume a reprimiu, o que causou uma enorme crise. Temendo uma greve geral de uma classe operária muito poderosa, a burguesia norte-americana planejou a contra-ofensiva. No dia 4 de Maio, em uma outra manifestação, uma bomba foi colocada no meio da manifestação, plantada ali por elementos pagos pelos capitalistas para culpar seus principais inimigos. No meio do caos que se seguiu à explosão, a polícia abriu fogo sobre o público, o que provocou um grande caos e enfim resultou na dispersão da manifestação. Ao final, com um saldo de muitos mortos e feridos, a burguesia prosseguiu com seus planos.

Tendo ela mesma planejado todo o atentado, acusou um grupo de anarquistas que editavam um jornal operário pelo feito, e com isso prendeu 7 importantes lideranças anarquistas, a maioria de ascendência germânica. Em seguida, 5 destes foram julgados em processos farsa, tais como os que vimos com Lula, Battisti e Snowden e condenados à forca. Destes, 4 realmente encontraram este paradeiro, uma vez que Lous Lingg cometeu suicídio ingerindo uma pílula explosiva um dia antes da sentença. São eles: George Engel, Adolph Fischer, Albert Parsons e August Spies.

Essa série de acontecimentos, extremamente pedagógicos, foram lentamente digeridos, discutidos e assimilados pelos trabalhadores de todo o mundo, e culminaram na escolha do Primeiro de Maio como sendo o dia de lutas dos trabalhadores do mundo inteiro. Um dia de lutas, de unificação da classe operária na luta contra o repressivo estado capitalista, que é capaz de usar de quaisquer manobras, por mais imorais que sejam, para manter o poder em suas mãos.

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