A lei determina que cada escola do país tenha uma biblioteca. Apenas 37% delas cumprem essa exigência. São Paulo tem hoje menos bibliotecas do que tinha há quatro anos.
As poucas bibliotecas existentes na rede pública costumam funcionar de forma muito deficiente. Entre 11 escolas escolhidas aleatoriamente na cidade de São Paulo, apenas duas bibliotecas funcionam em período integral e três ficam abertas eventualmente.
Em seis escolas, alunos não têm livre acesso ao espaço onde ficam os livros. “A sala fica fechada. Os estudantes só podem entrar quando acompanhados por um professor”, afirma o funcionário de uma das escolas, que não quis ser identificado. O motivo mais comum ao acesso restrito é de um bibliotecário.
As bibliotecas escolares devem contar com a presença de um bibliotecário preparado para organizar e gerenciar o acervo. Na contramão do que diz a lei, a rede estadual de ensino de São Paulo passou a substituir, em 2009, a instalação de bibliotecas por salas de leitura.
Em 2012, 13% das escolas estaduais paulistas tinham bibliotecas. Salas de leitura estavam presentes em 75,4% delas. Em 2015, o número de escolas com bibliotecas caiu para 7,4%, enquanto o de salas de leitura aumentou para 78%.
Para agravar a situação das salas de leitura, faz mais de quatro anos que as escolas estaduais não recebem livros para o seu acervo. Não há nem reposição de livros que somem nem novos livros.