O transporte coletivo tem sido o maior medo de contágio por coronavírus para a maioria população, aponta pesquisa realizada pela Agência Senado. O principal temor é a aglomeração ao se locomover do trabalho para casa, e vice-versa, através dos ônibus, trens e de metrô. O perigo se acentua nas capitais e grandes cidades do interior, onde ocorre neste momento a reabertura da economia, e onde a propagação pelo transporte público assusta a toda população.
A pesquisa mostra que a quantidade de pessoas que veem no transporte público um espaço de disseminação do Covid-19 é maior do que o percentual daqueles que têm receio de contrair o coronavírus em faculdades e escolas (83%), academias (78%), parques (65%) e bancos (54%).
A estratégia dos governadores e do governo Bolsonaro têm sido o de lançar a população à morte. Em São Paulo, por exemplo, o governador Doria, atendendo aos apelos da burguesia reabriu o comércio e pleno pico de contágio, com o intuito de salvar o lucro empresarial, em detrimento dos trabalhadores. Os governadores Witzel (Rio de Janeiro), Zema (Minas Gerais) e outros, seguem a mesma política assassina.
Nesse período da pandemia, ao invés de ampliar a frota de transporte público nas cidades, os prefeitos e governadores vem restringindo o número de veículos para transportar os passageiros. A maioria deles, os que mais necessitam do transporte público, é a população pobre trabalhadora, que não tem opção se aglomera nos precários meios dispostos pelos governos.
Além da população que necessita usar o transporte lotado, a classe dos motoristas de transportes, tem sido a segunda mais expostas durante a pandemia – em primeiro vêm os agentes de saúde. Em São Paulo o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário e Urbano (Sindmotoristas) teve que entrar com uma ação judicial para houvesse 100% da frota nas ruas novamente.
O que fica claro, é que as medidas dos “científicos” prefeitos e governadores, nada mais são do que um descaso para com a população trabalhadora, que agora é lançada oficialmente ao contágio pelo coronavírus, sem que haja nenhuma política de proteção social, de saúde ou econômica.