Da redação – Na manhã do último sábado (05), jagunços pagos por um latifundiário de extrema-direita mataram um trabalhador sem terra e feriram outros nove na cidade de Colniza, Mato Grosso.
Elizeu Queres de Jesus morreu ainda no local, a Fazenda Agropecuária Bauru, pertencente ao ex-deputado José Riva (ex-PSD) e ao ex-governador Silval Barbosa (MDB).
Um dos jagunços, todos funcionários da empresa Unifort Segurança Patrimonial, justificou o assassinato dizendo-se inspirado no fascista Jair Bolsonaro, colocado no poder pela fraude eleitoral.
“A fazenda é do Riva, houve invasão dos sem-terra, que agora não é mais sem-terra. Segundo Bolsonaro são bandidos… morreram dois bandidos e cinco baleados, estão no hospital”, disse o chefe dos jagunços fascistas, João Benedito da Silva Neto.
A Polícia Judiciária Civil, que fez autuação em flagrante de quatros dos jagunços desmentiu as alegações dos assassinos de que os sem terra portavam armas e que houve troca de tiros. “Os elementos de informação produzidos pela perícia, até o momento, nos levam a acreditar que não houve confronto armado, pois só foram encontradas cápsulas de armas de mesmo calibre dos seguranças da propriedade”, disse o delegado Alexandre da Silva Nazareth.
A chegada de Bolsonaro ao governo atende diretamente aos interesses dos latifundiários, um dos grupos que o promoveu. Ao longo de toda a sua trajetória como político, o fascista atacou sem terra e, durante a campanha eleitoral, ele falou que irá considerar terrorismo a invasão de propriedades, criminalizando oficialmente organizações como o MST.
O aumento da violência e do massacre contra os trabalhadores rurais é reflexo do aprofundamento da política golpista que, com a extrema-direita no poder, leva a todos os setores exploradores a se sentirem a vontade para reprimir e esmagar os explorados.
Os trabalhadores sem terra, com o apoio do proletariado urbano, devem levar adiante uma luta em defesa de suas reivindicações, uma luta concreta organizada, de resistência real e pelos meios que sejam necessários para impedir que novos casos aconteçam. O movimento popular deve prestar total apoio aos sem terra e a suas ações de ocupação e se juntar ao combate contra os latifundiários e seus jagunços fascistas.