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Afeganistão

Inglaterra abandonou mercenários para esconder crimes de guerra

Ex-membros das tropas afegãs expressaram sentir-se traídos e esquecidos, especialmente após terem observado ou denunciado crimes de guerra dos ingleses no país persa

Segundo a emissora britânica BBC, o Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou, no início do ano, que iniciou o processo de revisão das solicitações de repatriação dos integrantes das forças especiais colaboracionistas afegãs, ou seja, mercenários que ajudavam o imperialismo a manter o controle sobre o Afeganistão.

Segundo a BBC Panorama, esses mercenários enfrentaram recusas em seus pedidos de realocação para o Reino Unido, apesar de apresentarem evidências de serviço conjunto. O processo revelou que os pedidos feitos no aplicativo Triples, responsável por realocar os soldados, eram encaminhados para as Forças Especiais do Reino Unido, que tinham poder para aprovar ou negar o patrocínio, resultando na rejeição imediata.

Relatos indicam que quase 2.000 mercenários afegãos elegíveis para realocação no Reino Unido foram abandonados em hotéis no Paquistão. Embora o governo britânico tenha realocado mais de 1.000 afegãos do Paquistão no último ano, o esquema foi encerrado silenciosamente, resultando em apenas seis transferências desde dezembro do ano passado.

O documento de Procedimentos Operacionais Padrão (SOP), obtido pela BBC, revela a recusa sistemática dos pedidos, mesmo quando havia justificativas convincentes para a realocação. Ex-membros das tropas afegãs expressaram sentir-se traídos e esquecidos, especialmente após terem observado ou denunciado crimes de guerra perpetrados pelas Forças Especiais do Reino Unido no país persa.

A negação dos pedidos de realocação levantou a hipótese de que as Forças Especiais do Reino Unido queriam esconder as acusações de crimes de guerra no Afeganistão. O Ministro das Forças Armadas, James Heappey, justificou as negações alegando falta de dados, uma afirmação contestada pelas forças mercenárias afegãs que eram diretamente pagas pelo Reino Unido.

As Forças Especiais do Reino Unido também enfrentam acusações anteriores de obstruir investigações militares sobre crimes de guerra. A Polícia Militar Real (RMP) foi impedida de questionar as unidades afegãs parceiras durante investigações entre 2012 e 2019. Em 2014, a RMP solicitou formalmente ao promotor militar que acusasse um oficial de alta patente das Forças Especiais do Reino Unido por obstrução da justiça após encerrar uma entrevista com um soldado afegão sobre alegações de crimes de guerra.

Um grupo de líderes militares e parlamentares no Reino Unido apelou ao governo em uma carta aberta, exigindo que cumprissem sua “dívida de honra” protegendo os mercenários afegãos. Figuras importantes, como o ex-chefe do Exército Britânico, Gen. Richard Dannatt, e o ex-secretário-geral da OTAN, George Robertson, assinaram a carta, denunciando a falta de condições do governo britânico de cumprir seu compromisso com os soldados.

A carta destaca a necessidade de o primeiro-ministro Rishi Sunak assumir o controle da situação, especialmente considerando os afegãos que serviram ao lado das forças britânicas e agora foram “esquecidos”, de acordo com a carta. O atraso no processo criou um “engarrafamento” no Paquistão. Militares sêniores descrevem uma situação caótica em Westminster, onde vários departamentos lavaram as mãos do problema, sugerindo que o governo está contente em deixar o assunto cair no esquecimento.

O Ministério da Defesa do Reino Unido também foi multado em £350.000 (cerca de $440.000) em dezembro de 2023 por falha na proteção das informações de afegãos que trabalharam com o governo britânico e buscaram realocação após a vitória do Talibã no Afeganistão em 2021.

O Gabinete do Comissário de Informação emitiu a multa devido ao suposto risco à vida resultante da violação de dados. O incidente envolveu o envio inadvertido de informações pessoais de 245 afegãos por e-mail. O Ministério da Defesa realizou investigações, atualizou políticas de e-mail e pediu desculpas ao Parlamento. A multa foi reduzida de £1.000.000 para £700.000 e depois pela metade, dada sua natureza pública.

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