─ Sputnik News ─ De acordo com a ONU, cerca de 368.000 pessoas fugiram da Ucrânia para a Polônia, Hungria, Romênia e Moldávia nos últimos dias. A organização relatou longas filas de pessoas esperando para atravessar, especialmente para Polônia, o principal destino para quem deixa o território ucraniano.
Em meio a essa grande quantidade de pessoas, estão estudantes africanos e indianos que estavam cursando universidades no país. No entanto, há relatos de que esse grupo de pessoas está enfrentando racismo e maus-tratos por parte de oficiais ucranianos ao cruzarem a fronteira.O principal líder do partido de oposição da Índia e parlamentar do Congresso, Rahul Gandhi, compartilhou nesta segunda-feira (28) um guarda de fronteira ucraniano visto chutando um estudante indiano na fronteira.
Uma estudante indiana que teria que voltar da fronteira polonesa após ter seu passe negado, alegou que alguns de seus compatriotas sofreram fraturas após agressões das autoridades.
“A situação está piorando a cada dia. O que está acontecendo é que eles estão nos torturando. Estudantes indianos estão sendo torturados. Eles não estão nos permitindo atravessar para a Polônia. Até as estudantes estão sendo assediadas. Estão sendo puxadas pelos cabelos e algumas mulheres sofreram fraturas e ferimentos”, disse Mansi Chaudhary, um estudante indiano, segundo o canal de notícias indiano NDTV.
A mesma coisa estaria sendo feita com estudantes africanos. Em um vídeo onde universitários tentam cruzar a fronteira, os mesmos são impedidos sendo ameaçados com armas.
Outro vídeo que provocou indignação generalizada mostra guardas ucranianos impedindo africanos de embarcarem em um trem para a Polônia.
Acredita-se que milhares de estudantes africanos de países como África do Sul e Nigéria estejam estudando em universidades ucranianas. Um estudante africano que fugiu de Kiev para a fronteira ocidental com a Polônia relatou à Al-Jazeera que foi assaltado por alguns moradores a caminho de seu destino.
“Eles são cidadãos normais que nos impediram, africanos, de dirigir até a fronteira. Eles deixaram os ucranianos passarem, mas não nós”, disse Samuel George, um estudante de engenharia do primeiro ano à emissora.