Todos os anos, o Brasil recebe a notícia de grandes chuvas que provocam desabamentos e deslizamentos que surpreendem a todos por trazerem prejuízos a diversas famílias que moram em área de risco. Mas por que, sabendo disso, o governo não se previne?
Essa semana, em vários municípios do Estado de Santa Catarina, região sul do país, tiveram sua população passando pelo mesmo sufoco que passam todos os anos. A falta de um abrigo seguro para terem que sair às pressas, vendo suas coisas pessoais sendo levadas por grandes enchentes, deslizamentos, e passando sustos com a queda de árvores e bloqueios de vias.
No último domingo, dia 17 de janeiro, a Defesa Civil estadual, mais as prefeituras municipais, tiveram pelo menos 17 cidades em alerta por conta dos desabamentos. E até agora, o risco continua sendo alto, uma vez que as chuvas não cessaram.
Na noite de quarta-feira, dia 20, o município Rio dos Cedros (SC), teve uma família com três pessoas tendo que deixar sua residência para poder se proteger do deslizamento de terra. Na quita, dia 21 de janeiro, o desespero foi em Timbó (SC) que viu 14 pessoas ficaram desabrigadas e que tiveram que correr às pressas para uma escola da cidade à mandado da prefeitura.
É importante destacar que problemas como esses acontecem anualmente, mas que este ano tem um peso ainda maior pelo risco de aglomeração por conta do novo coronavírus (covid-19) que está causando uma pandemia mundial. O risco que a população já passa, agrave-se ainda mais.
Em Florianópolis, um morador de um dos bairros prejudicados pelo deslizamento de terra que bloqueou uma estrada, saiu para ajudar, nesta quinta-feira (21), na limpeza da rua onde mora, e explicou em entrevista para o G1 da importância das pessoas ajudarem, pois a “prefeitura e a Defesa Civil estavam abarrotadas de coisas”. O problema é, os governos já sabiam disso, que esse momento chegaria, mas optaram como todos os anos, deixar a conta para os moradores locais. Essa é a política dos governos da direita, abandonar o povo trabalhador e deixá-los à míngua, pois estão sempre aprovando medidas de cortes de gastos ao invés de atuar em medidas de prevenção em defesa do povo trabalhador.
Casos como o da diarista Meire Silva – que fora obrigada a abandonar o lugar onde residia, levando apenas o que conseguisse consigo para poder se abrigar na casa de amigos, sem ter perspectivas de se ainda terá um lugar para morar – são bem frequentes. Esses casos não são causais, acontecem anualmente e são de extrema urgência. São pessoas, trabalhadores, que dependem do Estado para se manterem seguros e abrigados. É preciso se radicalizar e cobrar uma maior atuação do Estado na proteção e prevenção contra esses desastres naturais que causam desastres na vida das pessoas.