O capitalismo, em sua espiral autodestrutiva de crises cada vez mais avassaladoras, demonstra, de novo e de novo, das formas as mais variadas, os sinais de sua falência. Enquanto a produção aumenta e as tecnologias produtivas se desenvolvem, a população mundial tem cada vez menos acesso aos produtos deste sistema econômico. A contradição fundamental do regime, por mais que tentem os ideólogos da burguesia ocultá-las, estão cada vez mais evidentes, no terror encarnado que é a decadência total do sistema capitalista.
A ONU anunciou, num alerta na noite do último domingo, dia 7, o aumento disparado no número de pessoas passando fome, em todas as categorias, seja à beira da fome, passando fome, ou em situação de fome aguda. O diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos – PMA, ligado à ONU, David Beasley, declarou:
“Os dados mais recentes mostram que existem agora mais de 45 milhões de pessoas que caminham para estar à beira da inanição”
Entre as guerras e a devastação do sul global pela burguesia internacional na busca por manter suas taxas de lucro, de modo a sobreviver às crises de seu próprio sistema, centenas de milhões são jogados na fome. No Brasil, a contradição é evidente, o maior produtor de carne bovina do mundo vê mais da metade de seu povo, 120 milhões de pessoas, em situação de fome, relatada como “insuficiência alimentar” pelos órgãos de pesquisa e imprensa da burguesia.
Essa realidade se traduz para o conjunto dos países atrasados, dominados pelo imperialismo, que aperta sua dominação na busca fútil por conter a crise. Em nome dos lucros dos banqueiros, que vêm se reduzindo, golpes de Estado, invasões militares, destruição de direitos e rebaixamento de salários por todo o globo terrestre são perpetrados pelas mãos da burguesia imperialista. Enquanto um punhado vive esbanjando no fetiche de ver aumentar seus lucros, centenas de milhões precisam perecer, e bilhões amargam a miséria. A crise é tamanha que essa miséria já é notória mesmo no centro do sistema, EUA e Europa, onde aumenta a fome, o número de sem-teto, e a ansiedade econômica da população leva a crises políticas de tendência cada vez mais generalizada.
A solução para a crise, histórica, de um sistema baseado numa contradição incontornável, é evidente. Os trabalhadores, na sua luta por sobrevivência, não têm, e nem terão alternativa, que não a tomada do poder político. A organização da classe operária se faz fundamental, o período é fértil, e há que se fazer a História andar para a frente quanto antes, de modo a dar fim, de uma vez por todas, na generalização da fome, miséria e doença causadas pelo capitalismo, sistema econômico que, já de muito tempo, está fazendo hora extra no mundo.