LGBTU

Internacional arco-íris, nova política da esquerda imperialista 

O PSTU tenta ao máximo justificar sua adesão total ao identitarismo e no processo apenas demonstra o quão aderiu à política oficial do Departamento de Estado dos EUA

O PSTU se encontra em uma grande crise desde que apoiou o golpe de Estado contra a presidenta Dilma em 2016. Para tentar se reciclar uma de suas táticas foi aderir de cabeça à política do identitarismo, mesmo que a organização não goste de admitir. Em seu sítio foi publicado um texto sobre a questão LGBT no qual o partido tenta apresentar, sem êxito, que sua posição não é a mesma do imperialismo mas na verdade a posição marxista. Na prática, a organização morenista e coloca, como de costume, como ala esquerda do imperialismo. O texto em questão é intitulado: “Combate à lgbtifobia, internacionalismo e independência de classe: urgências em um mundo cada vez mais hostil”.

O próprio título já pode ser discutido. É fato que o mundo está cada vez mais hostil com os LGBTs? Há duas possibilidades. Esse fato é verdadeiro e portanto o identitarismo é uma derrota total, dado que mesmo com os governos mais poderosos do planeta ao lado dos LGBTs a sua realidade não melhora. A outra possibilidade é que isso não é fato, é apenas mais um alarde identitário para manter a questão LGBT em alta. Para justificar tal tese o PSTU comenta a situação em diversos países. Hungria, Polônia, Rússia dentre outros. Mas em todos os caso há uma ausência de qualquer explicação política.

Então o texto coloca de forma geral: “Em primeiro lugar, não é por acaso que a dinâmica de ataques e retrocessos tenha se intensificado na última década, em particular depois da explosão da crise econômica de 2008. Assim como também não é coincidência que aconteça em paralelo ao crescimento da ultradireita e de setores fundamentalistas mundo afora.” Aqui o PSTU coloca no mesmo balaio a direita conservadora cristã dos EUA, o nacionalismo árabe e o governo Putin. Com tal análise é muito difícil compreender quaisquer acontecimentos.

O que precisa ficar claro é que o identitarismo LGBT é uma das pautas principais da política do imperialismo. Ele atua por meio do financiamento de ONGs em todos os países que consegue atingir. Sendo assim, muitas medidas que aparentam ser em sua camada superficial anti-LGBT são na realidade medidas contra o imperialismo. É o caso do governo Putin que proibiu propaganda LGBT na Rússia. É também o caso dos árabes que são bombardeados todos os anos pelos EUA e fazem a correlação direta, com razão, entre o identitarismo LGBT e as petroleiras, os bancos e as forças armadas norte-americanas. É uma relação que existe e que o próprio PSTU reconhece de forma incompleta.

O partido afirma: “há também a chamada burguesia liberal (dita democrata ou progressista), que, com o mesmo objetivo de assegurar seus lucros, utiliza uma tática diferente em relação às LGBTI+: apresenta-se como nossa suposta aliada.” Aqui está o erro do PSTU. Não é apenas que a burguesia liberal se apresenta como suposta aliada dos LGBT. O problema é que o principal bloco do imperialismo coloca o identitarismo como questão crucial. De fato, se for necessário, do mesmo jeito que o imperialismo adotou a propaganda demagógica com os LGBT, pode descartar rapidamente esse grupo. É uma gigantesca propaganda ideológica e também um financiamento direto de diversas organizações. Vale lembrar o caso do STF, que enquanto mantinha Lula ilegalmente na prisão, criminalizou a LGBTfobia. Por que uma organização tão reacionária faria isso? Pois está totalmente atrelada ao imperialismo.

A interpretação do PSTU é que o motivo para o apoio seria o “pink money”: “Essa postura é adotada tanto de forma institucional, por governos burgueses, quanto por empresas, bancos etc. que, de olho no pink money (o poder de consumo de um setor da comunidade LGBTI+), tornam-se “parceiros” na organização de paradas, promovem serviços e produtos destinados às LGBTI+, desenvolvem projetos de “inclusão” entre seus quadros de funcionários etc. Mas na essência continuam nos oprimindo, uma vez que seguem nos explorando coletivamente, de forma cotidiana.” De fato a opressão continua mesmo com o identitarismo, contudo o Pink Money não é o motivo por detrás da campanha identitária. Essa ideologia imperialista é muito mais relevante que isso, ela tem como objetivo domesticar toda a esquerda pequena burguesa internacional. O PSTU não percebe isso, pois ele mesmo caiu no golpe.

Eles tentam se diferenciar dos identitários, e obviamente atacam o governo Lula no processo: “Em termos institucionais, podemos dar como exemplo o atual governo Lula-Alckmin, no Brasil, e suas muitas variantes mundo afora. Já nos movimentos, há uma combinação de tendências, correntes e teorias que abarcam desde a pós-modernidade até teses essencialistas (como as feministas defensoras da tese do patriarcado, os racialistas no movimento negro e os identitários da chamada “teoria queer” entre as LGBTI+); ou seja, que localizam as opressões, e não a divisão em classes, como essência de nossa sociedade.” Mas é uma crítica em vão. Não adianta falar sobre a divisão de classes, mas não fazer a análise de classe da questão LGBT.

O PSTU se escora na tese “a solução é o socialismo”, mas enquanto fala isso defende a política identitária. Essa é a estratégia de todo o pseudo marxista, cita Lenin, fala em revolução abstratamente, mas na hora da política concreta está ao lado do imperialismo. O partido, na verdade, faz um grande esforço para explicar porque possui a mesma posição do governo Joe Biden dos EUA, sem muito sucesso. Ele fala de internacionalismo e combate a LGBTfobia, o que existe na realidade é uma ausência total do internacionalismo. Contudo, o marxismo é o único caminho para a libertação de todos os oprimidos. Portanto, ao falar nesse “combate” o PSTU apenas adere à política imperialista identitária. Tal qual adera a política imperialista em tantas outras questões, como o ataque ao governo Lula.

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