O estado do Amazonas foi o primeiro no País a retomar as atividades presenciais de ensino público, paralisadas desde o início da epidemia de coronavírus. Os estudantes voltaram às salas de aula nesta segunda-feira, dia 10 de agosto.
Para a burguesia sempre tratou-se de uma questão de urgência retomar o ano letivo, afinal de contas, as escolas são garantia de que os trabalhadores têm onde deixar seus filhos enquanto arriscam suas vidas para reativar ao vírus nos transportes, fábricas, comércios, etc.
Mas para que esse processo ocorra, são apostados nos famosos ”protocolos de segurança”, um termo pomposo sem outro objetivo além de esconder o caráter grotesco da política burguesa, que nenhuma preocupação real tem com a segurança sanitária da população. Isto acaba se revelando de maneira muito explícita no problema do tamanho das máscaras oferecidas pelo governo do Amazonas aos alunos e funcionários públicos.
As máscaras foram distribuídas pela Seduc (Secretaria de Educação e Desporto), que segundo o órgão adquiriu em três tamanhos diferentes, as quais estão sendo distribuídas para estudantes e servidores da rede pública estadual.
Na versão oficial, os modelos azuis, que aparecem nas fotos, “são para servidores da educação e estudantes de Ensino Médio, com tamanhos M e G. As máscaras de modelo verde, de tamanho P, serão distribuídas aos alunos do Ensino Fundamental, que somente retornam às atividades no próximo dia 24 de agosto“.
A Seduc completou dizendo que os estudantes que receberam máscaras de tamanho superior podem trocá-las nas unidades de ensino.É evidente que a explicação não convence ninguém, salvo os empresários que receberam recursos públicos para fabricar máscaras incompatíveis com o rosto de um ser humano normal.
Na verdade, trata-se do descaso do governo amazonense do bolsonarista Wilson Lima (PSC), que fez máscaras de qualquer jeito por que, finalmente, não tem interesse nenhum além do meramente demagógico, ou seja, é mera questão de propaganda para encobrir que os tais ”protocolos de segurança” aos alunos nas escolas trata-se de uma farsa total.
Nas redes sociais, os alunos sugeriram vários usos alternativos para a máscara. Também foi lembrado o épico caso das “mochilas gigantes” do município de Jequié, na Bahia, de 2017. O humor acaba sendo a maneira da população lidar com uma situação verdadeiramente ameaçadora, que impõe a necessidade de uma ampla mobilização pela suspensão das atividades escolares até que a ameaça da pandemia esteja erradicada e também o fornecimento de máscaras e outros insumos de higiene adequados à população.