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Reforma da Previdência era só uma pequena parte dos planos golpistas, que continuam

A reforma da Previdência foi indefinidamente adiada. O motivo oficial é que, sendo uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional), a reforma não pode ser votada enquanto o Rio de Janeiro estiver sob intervenção militar. Nenhuma mudança na Constituição poderia, teoricamente, ser feita nessas circunstâncias. O governo golpista agarrou-se a esse motivo para apresentá-lo como a razão do abandono, por enquanto, da reforma.

Outra versão, diferente da contada pelos golpistas sem voto, é que o governo golpista é fraco e teria sido derrotado pelos trabalhadores, obrigado a recuar em sua reforma que roubaria a aposentadoria de milhões de trabalhadores diretamente, um assalto em escala nacional. Segundo essa avaliação, ainda mais fantasiosa que a história fabricada pela direita, o regime golpista estaria em uma posição defensiva diante dos trabalhadores.

Na verdade, a tramitação da reforma teve que ser abortada porque mesmo para a base direitista do governo, em um Congresso tomado por figuras grotescas que conspiram todos os dias contra o povo, votar a favor do fim da aposentadoria seria muito comprometedor diante das eleições que se aproximam. Pelo menos por enquanto, os parlamentares que quiserem continuar em seus cargos ainda dependem do voto. Por mais manipuladas e farsescas que sejam as eleições, votar na reforma no ano do pleito poderia custar o cargo de deputados e senadores.

Por isso, mesmo sob ameaças, chantagens e propinas, os deputados não foram persuadidos em número suficiente para roubarem a aposentadoria de todo o mundo. Não por causa da intervenção, muito menos por pressão dos trabalhadores. Inclusive, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, já avisou que a reforma pode ser votada depois de outubro.

Os trabalhadores não estão na ofensiva contra o regime golpista, os golpistas é que estão na ofensiva contra os trabalhadores. Como provam a perseguição contra Lula e o PT, a aprovação da reforma trabalhista, os cortes de gastos públicos, a entrega do pré-sal etc. Como prova também a nova pauta prioritária do governo no Congresso, anunciada na segunda-feira (19) pelos ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, Henrique Meirelles, da Fazenda, Dyogo Oliveira, do Planejamento, e o próprio Carlos Marun.

A nova pauta inclui 15 medidas, como privatização da Eletrobras e a extinção do Fundo Soberano. Entre as medidas, há um novo ataque de proporções catastróficas contra o conjunto da população brasileira. O governo quer dar autonomia ao Banco Central, velha pauta neoliberal que a direita nunca conseguiu implementar no Brasil.

Esta última medida demonstra o quanto estão erradas análises que colocam os golpistas e a direita, por causa do adiamento da reforma da Previdência, como se estivesse acuados. Não só não estão acuados como pretendem entregar as decisões econômicas nacionais mais importantes sob controle direto de banqueiros e especuladores internacionais, de tal forma que nenhum governo eleito no futuro possa “interferir” nessas decisões.

A situação continua a mesma que estava colocada desde o começo do golpe. É preciso enfrentar o golpe de conjunto, e não cada medida golpista de forma isolada. A forma de o governo golpista lidar com a reforma da Previdência só confirma isso. Não votam agora para votar outras coisas igualmente ruins ou até piores, com perspectiva de votar também a reforma da Previdência assim que as inconvenientes eleições passarem. Um cenário que só reforça a necessidade de enfrentar o golpe de uma perspectiva mais geral e política, que hoje consiste em uma campanha contra a prisão de Lula.

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