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Clube dos países mais ricos

Por que Lula ainda não confirmou participação na reunião do G7

Presidente deve ser pressionado para modificar a posição brasileira sobre a Ucrânia

O governo Lula ainda não confirmou a participação na cúpula do clube dos países mais ricos, o G7, a ser realizada no Japão. O presidente participaria somente de eventos secundários e sofreria pressão para modificar a posição brasileira sobre a Ucrânia, o Sudão e o Haiti, revela especialista ouvida pela Sputnik Brasil.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva hesita em aceitar o convite feito pelo G7 para participar da cúpula do grupo na cidade japonesa de Hiroshima, na segunda quinzena de maio.

O grupo G7 reúne as principais economias do mundo ocidental, como os EUA, França, Itália e Japão, mas busca expandir sua influência para o Sul Global, em meio ao conflito ucraniano. Além do Brasil, o grupo convidou o Vietnã, a Índia e a Indonésia para a cúpula de Hiroshima.

“Não sei se vou. Estou querendo ir ao Ceará e estou querendo ir à Bahia inaugurar escola de tempo integral”, disse Lula quando perguntado sobre a viagem.

De acordo com o jornalista Jamil Chade, o governo Lula ainda avalia os custos e benefícios da participação do Brasil na reunião do “grupo de países ricos”. Diplomatas brasileiros lembram que declarações do grupo são normalmente publicadas sem a chancela dos países participantes, o que poderia gerar embaraços ao Brasil.

Além disso, Lula não teria sido convidado para o fórum principal da cúpula de líderes, o que deixaria sua participação restrita a eventos secundários, informou o portal UOL.

Para a cientista política e professora da ESPM Denilde Holzhacker, o Brasil deveria aceitar o convite para participar da reunião e influenciar os debates do grupo.

“A grande vantagem é sentar numa mesa de negociações com os principais líderes dos países ocidentais. Isso permite que um país do porte do Brasil consiga ter uma interlocução e consiga influenciar na tomada de decisão”, disse Holzhacker à Sputnik Brasil.

Para ela, outra vantagem seria a capacidade de o Brasil incluir temas de seu interesse econômico e comercial nas reuniões do “grupo dos ricos”.
“A principal desvantagem é que há pressão em relação a algumas pautas que o governo brasileiro provavelmente não gostaria de sofrer, como na questão ambiental, [….] frente ao conflito na Ucrânia e à aproximação entre Brasil e China”, declarou Holzhacker.

Para a especialista, participar dos debates internacionais implica custos políticos e pressões para que o Brasil mude algumas posições que desagradam aos países ocidentais.

“O Brasil deve encarar esses custos e pressões […], ainda que defenda a autonomia da sua política externa”, considerou Holzhacker. “O convite é um reconhecimento do prestígio do Brasil, mas envolve uma lógica de pressão sobre alguns temas que o Brasil defende.”

Caso participe da cúpula, o principal desafio do presidente Lula será manter a sua posição de imparcialidade frente ao conflito ucraniano.
Na última declaração conjunta, o G7 se comprometeu a promover “fortes sanções contra a Rússia e o apoio da Ucrânia”. Para o Brasil, assinar um documento similar poderia prejudicar a posição de imparcialidade perante o conflito ucraniano.

“Sem dúvida essa pauta estará entre as mais relevantes quanto à participação do Brasil”, considerou Holzhacker. “O Brasil vai tentar construir um espaço de negociação, afinal são países que se posicionam favoravelmente à Ucrânia.”

As pressões impostas ao Brasil não devem se restringir à questão da Ucrânia, mas ainda incluir outros conflitos internacionais, sobre os quais o Ocidente gostaria de ver uma participação brasileira ativa.

“Enquanto o Brasil trará a agenda da paz de forma mais ampla, haverá pressão quanto à posição do Brasil sobre o Sudão e o Haiti […] Mas com certeza a posição do Brasil frente à questão ucraniana será decisiva”, concluiu a especialista.

A cúpula de líderes do G7 ocorre entre os dias 19 e 21 de maio, na cidade japonesa de Hiroshima. Lula foi convidado a participar do evento pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, no início de abril. A próxima viagem internacional de Lula será para Londres, Reino Unido, para acompanhar a coroação do rei Charles III, entre os dias 5 e 7 de maio.

Fonte: Sputnik News

*As opiniões contidas neste artigo não expressam, necessariamente, as deste Diário.

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